A Malvada Associação Artística em parceria com o Gerador – Plataforma Independente de Jornalismo, Cultura e Educação apresentam as Conversas à Janela, no âmbito do ciclo de reflexão do projeto de cruzamento disciplinar Planta, com criação e direção de Ana Luena e José Miguel Soares.
Os temas das cinco conversas versam sobre Jardins e Espaços Públicos, Paisagens transgénicas, ‘Ma’: Espaço comunicativo de eventuais relações, Abnegação e extrativismo, Pensamento utópico, com os oradores Aurora Carapinha, Álvaro Domingues, Michiko Okano, Gisela Casimiro e Fátima Vieira, moderados por Leonel Alegre. Todas as sessões têm interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
Em ‘Planta’ explora-se a estética de jardim do tempo, experienciando a noção da cultura japonesa de “Ma” – o espaço intermediário, a suspensão, um vazio que não remete à ausência de algo, mas que existe como possibilidade em potência. Ao longo do projeto apresenta-se um Ciclo de Conversas, uma Escrita Epistolar, uma Exposição Fotográfica e um Espetáculo, todos interligados num processo de inteligência distribuída similar ao das plantas. Este projeto de criação prevê uma componente de reflexão e de construção de pensamento crítico sobre a atualidade e o futuro num diálogo entre artistas, participantes, público e pensadores, no qual se insere as Conversas à Janela.
É desolador que a terra seja hoje tão cruelmente explorada e apartada do ser humano. Como nos (re)conheceremos se já não soubermos o que a terra é, o seu cheiro, a sua textura ou simplesmente de onde vem a brisa que nos afagou agora mesmo o rosto? De forma cada vez mais avassaladora a terra e as plantas são concebidas apenas como uma fonte de recursos, de extração de riqueza, como sinónimo de produtividade e (na melhor das hipóteses) de sustentabilidade num sentido meramente utilitarista, seja como fonte de alimento, materiais construtivos, oxigénio, sombra ou controle climático. A agricultura intensiva, as linhas que invadem as regiões mais esquecidas do interior do nosso País, onde a Malvada tem a sua residência, são a imagem de uma visão mercantilista da natureza e da cultura. Um mundo vivido na vertigem da aceleração, sem o tempo demorado, o da contemplação, sem o conhecimento do outro, do diferente, um mundo em que nunca tivemos tanta possibilidade de comunicação, mas que nunca tivemos tão pouca comunidade. Comunicação sem comunidade. Estaremos a chegar ao fim de uma época? Estaremos a chegar a um ponto de ruptura do sistema democrático, do liberalismo, do capitalismo, do antropoceno, do mundo como o conhecemos?






Criação e direção Ana Luena e José Miguel Soares Moderação Leonel Alegre Interpretação Língua Gestual Portuguesa Hands Voice Assistência de produção Beatriz Ourique Assistência de comunicação Juliana Fonseca Design gráfico Joana Areal Parceria GERADOR – Plataforma Independente de Jornalismo, Cultura e Educação Coprodução Município de Évora, Teatro Municipal de Bragança, Teatro Municipal de Vila Real Residência de coprodução Espaço do Tempo Parceiro institucional Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo Produção Malvada Associação Artística Mecenas Gama Uno Apoios Logísticos _ARTERIA_LAB – Universidade de Évora, Museu da Paisagem, Junta de Freguesia dos Canaviais Protocolos Universidade de Évora, Associação Académica da Universidade de Évora, Sindicato Democrático dos Professores do Sul, Associação Comercial do Distrito de Évora, Associação de Solidariedade Social dos Professores Cofinanciado por Alentejo 2020, Portugal 2020, Fundo Social Europeu | União Europeia, IEFP, Compete Organização e Produção Malvada Artística
Planta tem o Apoio da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
