EUCALIPTO GIGANTE (2023)

Com criação de Ana Luena & José Miguel Soares  e coprodução da APPACDM de Évora, é um espetáculo que coloca artistas profissionais e pessoas com deficiência mental no centro de um processo artístico que assume a diferença como elemento unificador, fazendo uso da metáfora de um símbolo arbóreo para trazer à discussão e reflexão o olhar sobre o lugar destas pessoas na sociedade contemporânea. A visita encenada dá a conhecer o Eucaliptus Sideroxylon existente na Quinta do Escurinho, um exemplar raro, quer pela sua longevidade, quer pela sua dimensão, aqui renomeado de Eucalipto Gigante. Esta antiga propriedade agrícola, atualmente sede da APPACDM de Évora, nas periferias da cidade, onde noutros tempos, famílias abastadas se refugiavam nos meses de calor é o cenário natural deste espetáculo site specific. Durante a visita ficcionam-se pequenas narrativas que partem da vivência de cada um, da experiência que foi o processo e da possibilidade inequívoca que todos temos de nos transformarmos e sonharmos. Uma visita aos recantos da alma, à divagação do corpo, a gestos e palavras que muitas vezes se contradizem. Um espetáculo que é um balão de ensaio de uma humanidade trágica, complexa, por vezes cómica e sempre incompleta.

SOBRE O PROCESSO 

Ao longo de 11 meses, a Malvada Associação Artística, em coprodução com a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Évora (APPACDM), integrou na sua equipa artística um grupo de pessoas com deficiência mental e incapacidades no papel ativo de cocriadores e intérpretes de um espetáculo, que assume a forma de visita encenada, em que estes são os cicerones, partilhando as suas experiências, incluindo os espetadores no seu meio e no seu mundo, numa abordagem cénica em que a deficiência não constitui uma barreira mas a diferença que une todos.

A visita dá a conhecer o Eucaliptus Sideroxylon existente na Quinta do Escurinho, sede da APPACDM de Évora, um exemplar raro, quer pela sua longevidade, cerca de 150 anos, quer pela sua dimensão, a árvore de maior diâmetro desta espécie existente no país. Os eucaliptos, a árvore estrangeira que veio do outro lado do mundo, transportam uma conotação negativa de “plantas malditas”, explorados intensiva e desmesuradamente para fornecer matéria prima à indústria.  

‘Um minuto de silêncio pelos eucaliptos anónimos transformados em papel.’

A criação artística do projeto esteve a cargo de Ana Luena e José Miguel Soares, apoiados por Chissangue Afonso, Matilde Magalhães e Zé Peps, que participaram na fase final do processo de criação e construção do espetáculo que se alimenta desta experiência, inspiradora e enriquecedora do ponto de vista artístico. Explora-se uma linguagem que sublima o estímulo sensorial, corporal e musical, privilegiando a conexão entre toda a equipa – artistas, utentes e técnicos – e entre esta e o público.

No início do processo, em julho em 2022, realizaram-se com o grupo de participantes, conversas dinamicas sobre o projeto, visitas ao jardim da Quinta do Escurinho, exercícios práticos, para alimentar a pesquisa, a conceptualização e a construção do texto e espetáculo, valorizando a experimentação artística. Na Oficina de Canto para Teatro orientada por Mariana Correia, exploram-se dinâmicas sonoras e criaram-se frases musicais e ritmos, inspirados pelo jardim da Quinta do Escurinho. Estabeleceram-se relações entre plantas e sons, resultando numa apresentação aberta à comunidade da APPACDM-Évora, no final da oficina, em Outubro de 2022.

O Laboratório de Criação/Interpretação e Ensaios serviu a criação de possibilidades de cenas que surgiram da pesquisa, de elementos recolhidos nas conversas e na Quinta do Escurinho e do encontro entre todos. Neste laboratório, experimentaram-se metodologias de criação para a cena, com exercícios práticos de improvisação, expressão corporal, musical e vocal, fornecendo ferramentas para a criação artística. O texto, a música e os elementos cénicos foram criados ao longo do processo e experimentados nas sessões do laboratório e nos ensaios. 

Envolveu-se ainda a equipa técnico-pedagógica e utentes do Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI), com o objetivo de orientar e acompanhar os trabalhos desenvolvidos no apoio musical e sonoro, na construção de elementos cenográficos, guarda-roupa e peças de merchandising. A Oficina de Artes Visuais orientada por Joana Gancho serviu para os participantes moldarem peças suas, inspiradas em elementos do Eucalipto para a criação de um Mobile.

O projeto realizou-se e apresenta-se na Quinta do Escurinho, o cenário vivo deste espetáculo site-specific. As apresentações do espetáculo são abertas ao público em geral e, simultaneamente, dirigidas a grupos organizados, em que a mediação se faz através de parcerias com escolas e outras instituições. Nessas sessões, organizam-se conversas interativas que promovem o diálogo entre artistas, participantes e grupos da comunidade.

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