Integrada no ciclo de reflexão e serviço educativo de PLANTA, a performance-oficina ÁRVORE DA VIDA envolve jovens na construção de pensamento sobre as temáticas exploradas neste projeto de cruzamento disciplinar. É uma nova criação que integra a participação dos alunos na encenação, através de um guião que promove a interatividade em tempo real. A performance cruza a escrita original com referência a textos de autores e a instalação de imagens fotográficas. Esta atividade, desenhada para ser apresentada nas escolas, conjuga o formato performance e oficina, promovendo o gosto pela natureza, a leitura, a fotografia e a arte em geral.
Sabemos muito pouco sobre as plantas, ainda que habitem a terra há muito mais tempo do que nós, seres humanos. Entre as plantas, contam-se algumas das formas de vida maiores e mais pequenas, mais antigas e mais recentes, mais perfumadas e mais fedorentas da Terra. Nesta performance-oficina, somos conduzidos por uma personagem que se chama Acácia, o nome de uma planta trazida dos antípodas para Portugal devido às suas características exóticas e que agora é considerada invasora. Esta personagem que conduz a performance, transforma a sala de aula num espaço vazio, pleno de possibilidades. Ela guia os participantes através da poesia, da amostra de exemplares vivos, de imagens e de histórias sobre as plantas. Esses seres diversos que estão por todo o lado, nos parapeitos das janelas, nas hortas, nas ruas, nos jardins, no pátio da escola. Acácia lembra-nos que nunca estaremos sós neste planeta pois em cada lugar, até nos sítios mais inóspitos, existem plantas, e nós, humanos, temos muito a aprender com esses seres silenciosos. Elas podem ser as nossas melhores aliadas e amigas.
- 13 e 16 de maio 2022 – Ensaio aberto na Antiga Escola Primária dos Canaviais com ATL da Casa do Povo e aberto à comunidade
- 17 e 18 de maio 2022 – Agrupamento de Escolas André de Gouveia, Artes à Escola, Évora
- 19 de maio 2022 – Agrupamento de Escolas Gabriel Pereira, Junta de Freguesia do Bacelo e Senhora da Saúde, Évora
- 24 de maio 2022 – Agrupamento de Escolas de Vendas Novas
Minha querida amiga Acácia, O inverno foi longo e frio. Agora que chegou a Primavera e com ela os dias de sol, tudo me parece mais sincero e terno. Toda a gente anda com um sorriso nos lábios e um brilho nos olhos. As máscaras caíram e finalmente vemos o rosto de cada pessoa que passa. Andam mais felizes, apesar das notícias na televisão. Que bem que sabe o vento fresco da manhã a bater nas minhas folhas viçosas. Por vezes chove e logo aparecem os raios de sol que aquecem a terra e todo o campo se torna verde e cheio de flores de todas as cores. Acácia, eu conheço os teus lamentos e sei o quanto tens sofrido, desde que foste considerada invasora. Um elemento estranho e perturbador à paisagem nativa. Agora indesejado e perseguido. Os humanos esquecem-se o quão bem recebidas foram as plantas da tua espécie, e outras similares como o Eucaliptus, a Araucaria e a Grevillea. importadas dos antípodas. Vocês fizeram as delícias dos admiradores da cultura das plantas exóticas, assim como serviram a plantação de florestas produtivas num país de vastas áreas incultas. Minha querida amiga, mantenho a esperança na natureza e na humanidade. Não é o ser humano parte da natureza? Claro que sim. E como nós, as plantas, vão encontrar uma solução de adaptação e não de extermínio. Fica descansada. O teu perfume continuará a deslumbrar todos os seres vivos da terra. A tua flor é símbolo de amor secreto e de amizade profunda, por isso continuará a reinar. Do teu sempre amigo, Plátano
Inspirado em textos e poemas dos livros: “A nação das plantas”, de Stefano Mancuso, “A Alma perdida” de Olga Tokarczuk e Joanna Concejo, “O Livro dos Prazeres Inúteis” de Dan Kieran & Tom Hodgkinson, “Louvor da Terra” de Byung-Chul Han, “Havia Um Jardim” de Georges Moustaki, “Botanicum” de Kathy Willis e Katie Willis, “Coisas que gostam de coisas” de João Pedro Mésseder, “Poemas às Quatro Estações” e “Poemas para a Horta e outras Verduras”, de Manuela Leitão, “Herbário” de Jorge Sousa Braga.
Dirigida ao público de todas as idades, está disponível para circular em escolas e outros contextos programáticos durante o ano 2023
Criação e Direção Ana Luena e José Miguel Soares Encenação, Escrita, Dramaturgia e Figurino Ana Luena Assistência Juliana Fonseca Música Zé Peps Instalação Fotográfica e Máscaras José Miguel Soares Com Márcia Brito Assistência de Produção Beatriz Ourique Design Gráfico Joana Areal Apoios Município de Évora, Artes à Escola, Junta de Freguesia do Bacelo e Nossa Senhora da Saúde, Centro de Jardinagem de Évora Cofinanciado por Alentejo 2020, Portugal 2020, Fundo Social Europeu | União Europeia, IEFP, Compete Organização e Produção Malvada Artística Planta tem o Apoio da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
Duração 60 minutos cada sessão. M/6 anos