ANTESTREIA ERRANTE . O ESPAÇO DO TEMPO

ERRANTE, uma criação da autoria de Ana Luena & José Miguel Soares, inspira-se na relação entre o migrante e o conceito de “terrain vague”, como espaço expectante, abandonado, mais ou menos delimitado, que habita no coração da cidade.

Estas manchas de “não-cidade” e de “ninguém” são espaços ausentes, ignorados ou caídos em desuso. Interessa aprofundar a ideia de esquecimento, mas também de vago, impreciso e incerto (que o sentido da palavra em francês carrega) e de estrangeiro, no sentido mais amplo do termo. Estes lugares são espaços transitórios, locais de passagem, que abrem possibilidades e estão à margem da satisfação imediata das necessidades produtivas e consumistas do cotidiano. Quem o atravessa é o que vagueia, o estrangeiro, o errante.    

No espetáculo ERRANTE, a cartografia é a do território pessoal, daquele que caminha hesitante, que vacila,  que inevitavelmente erra.  Constrói-se uma dramaturgia alicerçada no erro, através de uma dupla faceta de ficção e realidade para a construção de um espetáculo que assume pressupostos de conferência. Somos radicalmente sociais e solitários, contraditórios e errantes. 

O processo iniciou-se em julho com uma residência de escrita e dramaturgia ILHA ERRANTE, com Teresa Coutinho, cujo trabalho dá especial relevo às questões de género, identidade, poder e à fronteira entre realidade e ficção. É deste encontro em torno da ideia do errante que nos habita, que se esboça a dramaturgia do espetáculo, com encenação de Ana Luena, em cocriação com José Miguel Soares. 

Na residência de criação ILHA ERRANTE organizou-se uma MASTERCLASS DE ESCRITA CRIATIVA, orientada pela autora, cujo material resultante dos exercícios com os participantes da comunidade inspirou a escrita. O texto cénico parte de uma reflexão sobre o medo e os desafios de praticar a alteridade, espelhando preconceitos e medos através de uma sucessão de episódios e acontecimentos em torno da dificuldade de aceitarmos o que nos é estrangeiro.

As residências de criação e ensaios do espetáculo realizam-se em Évora e no Espaço do Tempo, onde ocorre a antestreia; apresenta-se ainda em Évora e circula a partir de 5 novembro e durante o ano 2024

Criação ANA LUENA & JOSÉ MIGUEL SOARES Texto Original TERESA COUTINHO (Residência de criação Ilha Errante) Encenação, cenografia e figurinos ANA LUENA Interpretação NUNO NOLASCO, TANYA RUIVO Música ZÉ PEPS Desenho de Luz PEDRO BILOU Produção Executiva SOFIA MARGARIDA MOTA Estagiária em Assistência de Produção JÉSSICA LOPES Design Gráfico JOANA AREAL

Participantes masterclass Ilha Errante BRENO TEIXEIRA, CHISSANGUE AFONSO, GONÇALO RIBEIRO, INÊS CONCEIÇÃO PEREIRA, NUNO ZÚNIGA, PAULA SEIXAS, RÚBEN JAULINO, RUI CAEIRO, RUI DIAS MONTEIRO, VANDA NARCISO.

Produção MALVADA ASSOCIAÇÃO ARTÍSTICA Residência de Coprodução O ESPAÇO DO TEMPO Apoio A BRUXA TEATRO, COMPANHIA DE DANÇA CONTEMPORÂNEA DE ÉVORA, UNIÃO DAS FREGUESIAS DE ÉVORA (CENTRO HISTÓRICO DE ÉVORA), JUNTA DE FREGUESIA DOS CANAVIAIS, UNIÃO DE FREGUESIAS DO BACELO E SENHORA DA SAÚDE, UNIÃO DE FREGUESIAS DA MALAGUEIRA E HORTA DAS FIGUEIRAS, SOCIEDADE UNIÃO EBORENSE – BOTA RASA Protocolos AAEU, ACDE, ASSP, HESE, SDPS, UE Apoios Logística DOURADO DISTRIBUIÇÃO, QUEIJARIA CACHOPAS, SOPAS GRACIETE, A BRUXA D´ÈVORA RESTAURANTE  Cofinanciado por ALENTEJO 2020, PORTUGAL 2020, FUNDO SOCIAL EUROPEU | UNIÃO EUROPEIA, COMPETE, IEFP

A Malvada Associação Artística é uma estrutura financiada pela REPÚBLICA PORTUGUESA – CULTURA / DIREÇÃO-GERAL DAS ARTES com o apoio do MUNICÍPIO DE ÉVORA.