Historial

A Malvada Associação Artística, sem fins lucrativos, surgiu do encontro entre José Miguel Soares, fotógrafo, psicólogo, que residiu em Lisboa e em Roma onde trabalhou em projetos autorais e em comunicação durante mais de uma década, e Ana Luena, dramaturga, encenadora, figurinista e cenógrafa, cofundadora e directora do Teatro Bruto durante 20 anos no Porto. Ambos escolheram viver em Évora, cidade onde se conheceram e fundaram a Malvada, que desde 2018, têm assegurado uma atividade continuada, desenvolvendo projetos de criação artística, financiados através de candidaturas e parcerias com entidades. 

As primeiras criações apresentadas foram Quarto Escuro (2018), a partir do universo de Paula Rego no âmbito do LCC,  De onde vens? (2018), uma adaptação do escritor argelino Mohammed Dib, no Fitei/Rivoli Teatro Municipal do Porto e Bonecas (2019/20), uma coprodução do TNSJ, S. Luiz Teatro Municipal de Lisboa e Município de Évora.

A Malvada têm desenvolvido  projetos de criação artística de cruzamento disciplinar, tais como Revela-me (2020/21), movimento artístico de ativação de territórios periféricos e esquecidos , o primeiro com apoio da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes, Skholé (2021/22), ciclo de criação de contemplação sobre o ócio, que fez da Antiga Escola Primária dos Canaviais, um pólo de criação e apresentação, com o apoio do Garantir Cultura, e o seu próximo projeto Planta (2022/23),  uma coprodução com os Municípios de Évora, de Bragança e de Vila Real, parcerias do Espaço do Tempo e do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, que teve o apoio da Direção-Geral das Artes, no âmbito do Programa a Projetos – Criação e Edição – Artes Performativas (cruzamento disciplinar).

Realizámos várias edições do Laboratório de Criação Cénica (2018/20),  um projeto alargado e abrangente de formação, com inscrições abertas a toda a comunidade da cidade, envolvendo-a na criação e apresentação de espectáculos e exposições fotográficas, e duas edições de  Quero Fazer Parte desta Cidade, um projeto de reflexão sobre a cidade e o território, que envolve a comunidade em várias dimensões (na pesquisa, como intervenientes e público), valorizando o contato direto com os residentes, intervindo em diferentes zonas da cidade, com a montagem e apresentação de uma intervenção artística  site specific, realizadas no âmbito do Festival Artes à Rua. Interessa-nos nestes projetos de atuação e intervenção artística no território: como é que as pessoas vivem, se relacionam com as suas casas, as suas ruas, os seus bairros, a sua cidade, a região e com o mundo.

Na área da inclusão social através da arte, desenvolvemos dois projetos artísticos com idosos, na área da fotografia e literatura, respetivamente Topofilias e Vizinhança, incluídos no TRANSFORMA – Programa para uma Cultura Inclusiva do Alentejo Central promovido pela CIMAC, em vários concelhos do Alentejo Central – Alandroal, Évora, Borba,  Estremoz, Reguengos de Monsaraz e Vendas Novas, que resultaram em Exposições de retratos e na  edição de uma fanzine (2020/22). No âmbito dos nossos projetos de criação, já trabalhamos com grupos como mulheres vítimas de violência doméstica e  jovens de um centro de acolhimento, nas áreas da performance e da fotografia. 

Em todos os projetos de criação artística, a Malvada desenvolve em continuidade ciclos de reflexão e de serviço educativo, com laboratórios e oficinas de formação, ações de mediação com universidades, escolas, associações e grupos da comunidade, temos organizado sessões que promovem a acessibilidade (sessões descontraídas / interpretação em  língua gestual portuguesa). 

A Malvada ocupa a sala da cantina da Antiga Escola Primária dos Canaviais, cedida pela Junta de Freguesia dos Canaviais, onde desenvolve um trabalho continuado com a sua equipa nuclear de produção, organiza as suas residências de criação e promove atividades artísticas e de inclusão com a comunidade.