SOBRE NÓS

Fundada em 2018 por Ana Luena & José Miguel Soares, a dupla responsável pelas criações artísticas e direção deste projeto sediado em Évora, a Malvada aposta num território periférico como centro de criação e reflexão artística contemporânea.

A Malvada tem como fim a realização de projetos de criação que abrangem diferentes áreas artísticas e do conhecimento, frequentemente cruzando disciplinas como a fotografia, o vídeo, a literatura, a música, o teatro e a performance. Promove atividades de criação e fruição artísticas que envolvem a comunidade através da participação ativa em ações de mediação, serviço educativo, acessibilidade e inclusão social, potenciando uma relação de proximidade entre públicos diversificados e a obra artística.

Ana Luena & José Miguel Soares, 2023

O trabalho em rede é uma das suas orientações, reunindo, em equipas heterogéneas, profissionais de Évora e de outras zonas do País, desenvolvendo e apresentando as suas criações neste e noutros territórios, e estabelecendo parcerias e coproduções com instituições nacionais. 

A Malvada realiza projetos artísticos que partem de conceitos explorados numa abordagem multidimensional. Os processos criativos, trabalhados por camadas de sobreposição, caracterizam-se por atividades e criações que se interligam no âmbito de um mesmo projeto. A multiplicidade das suas manifestações resulta em espetáculos, instalações, exposições, edições, performances, projetos site specific e objetos artísticos híbridos.

Minidocumentário #SENDO Malvada, produzido por Évora 2027 – Capital Europeia da Cultura

As criações são preparadas em residências artísticas, com o intuito de aprofundar e/ou reforçar a conexão das equipas com os territórios. O envolvimento de pensadores e especialistas de diferentes setores e áreas do conhecimento, reconhecidos nos meios culturais e académicos, contribui para a componente de reflexão e construção de pensamento crítico que caracteriza a Malvada. Para além da multiplicidade de profissionais das equipas de criação, integram-se com frequência estudantes e alunos finalistas da universidade, trabalha-se com comunidades excluídas e com grupos que normalmente estão mais afastados do acesso à fruição artística e produção cultural, aposta-se na acessibilidade e em ações de mediação articuladas com o ensino formal.  Os temas explorados nos projetos da Malvada refletem atuais preocupações da sociedade contemporânea, levando assim o público a identificar-se com os objetos criados. Em toda a atividade da Malvada a periferia tem sido o centro.

HISTORIAL

A Malvada Associação Artística surgiu do encontro entre o fotógrafo José Miguel Soares, que residiu em Lisboa e em Roma, onde trabalhou em projetos autorais e comunicação durante mais de uma década, e a encenadora Ana Luena, cofundadora do Teatro Bruto, no Porto, do qual foi diretora durante 20 anos. Ambos escolheram viver em Évora, onde fundaram a Malvada, que, desde 2018, tem assegurado uma atividade regular, desenvolvendo projetos de criação artística financiados através de candidaturas e múltiplas parcerias.

As primeiras criações foram: ‘Quarto Escuro’ (2018), a partir de Paula Rego, no Teatro Garcia de Resende; ‘De onde vens?’ (2018), no Fitei/Rivoli Teatro Municipal do Porto; a  exposição de fotografia ‘Personas’, no Palácio Cadaval (2019) e ‘Bonecas’ (2019/20), uma coprodução TNSJ, S. Luiz Teatro Municipal e Município de Évora. A Malvada tem desenvolvido projetos de criação artística de cruzamento disciplinar, tais como: ‘Planta’ projeto de criação artística de (re)ligação à natureza – Ciclo de Conversas, Escrita Epistolar, Espetáculo e Exposição-, numa coprodução com os municípios de Évora, Bragança e Vila Real, O Espaço do Tempo e parceria do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, apoiado pela DGARTES; ‘Revela-me’ (2020/21), movimento artístico de ativação de territórios periféricos e esquecidos, apoiado pela DGARTES; ‘Skholé’ (2021/22), ciclo de criação de contemplação sobre o ócio, que fez da Antiga Escola P. dos Canaviais um pólo de criação e apresentação, cofinanciado pelo Garantir Cultura; ‘Eucalipto Gigante’, que colocou artistas profissionais e pessoas com deficiência mental no centro de uma criação cénica que assumiu a diferença como elemento unificador, numa coprodução com a APPACDM e apoio da DGARTES e GDA; ‘Sentido Figurado’ espetáculo em coprodução com a Câmara Municipal e a Santa Casa da Misericórdia de Estremoz, que se inspira no Figurado de Estremoz,  apoiado através do programa Arte e Envelhecimento Ativo, da DGARTES.

Projecto de cruzamento disciplinar sobre a cidade de Évora e o seu património humano (2018-2019). Um processo de criação que envolve a comunidade em várias dimensões: pesquisa e inspiração, intervenientes e parceiros, intérpretes e público. Aqui a participação da comunidade não é encarada como um fim em si mesmo, mas potencializadora do trabalho artístico, que se propõe olhar, pensar e viver um território, ocupando-o.

A Malvada promoveu vários Laboratórios de Criação, projeto de formação que envolve a comunidade na criação e apresentação de espetáculos e exposições, apresentou as criações site specific ‘Por portas travessas’ (2018) e ‘Às portas da cidade’ (2019), sobre a urbe e o território, valorizando o contacto com os residentes e intervindo em diferentes zonas da cidade. Na área da inclusão através da arte, foram desenvolvidos projetos artísticos de fotografia e literatura com idosos em Alandroal, Borba, Estremoz, Évora, Reguengos de Monsaraz e Vendas Novas, culminando em 5 exposições e 1 edição literária (2020/22), no Transforma – Programa para uma Cultura Inclusiva do Alentejo Central, promovido pela CIMAC. No âmbito dos projetos de criação, trabalhou-se também com mulheres vítimas de violência doméstica, jovens de um centro de acolhimento e grupos específicos em diferentes regiões do País.

Em todos estes projetos, a Malvada organiza em continuidade ciclos de reflexão, serviço educativo, laboratórios, oficinas, ações de mediação com universidades, escolas e instituições parceiras, e ainda sessões que promovem a acessibilidade.

Após 4 anos de atividade regular, a Malvada é apoiada pela DGARTES no âmbito do Programa de Apoio Sustentado às Artes – Criação – Cruzamento Disciplinar (Bienal, 2023-24), no qual desenvolve e apresenta em 2023, entre outros, os projetos ‘Árvore da Vida’ – performance de elogio às plantas em escolas e festivais; ‘Habitar’ projeto artístico colaborativo, que inclui no processo várias sessões do Laboratório de Fotografia Experimental ‘Máquinas Desejantes’, culminando  numa exposição durante a qual se apresenta a  performance interativa com as imagens Coabitante; ‘Pólis’ – projeto intercultural apresentado no Teatro Garcia de Resende; e o projeto performativo ‘Errante’.

A Malvada ocupa a cantina da Antiga Escola Primária dos Canaviais desde 2019, onde desenvolve um trabalho contínuo com a equipa nuclear de criação e produção, organiza as suas residências e promove atividades artísticas.
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