ENTRE . exposição projeto PLANTA

A exposição fotográfica ENTRE integra o projeto de cruzamento disciplinar de religação à natureza PLANTA, ao longo do qual também se apresenta uma Escrita Epistolar, uma Leitura encenada e um Espetáculo de Teatro, interligados num processo de inteligência distribuída similar ao das plantas.

As fotografias da autoria de José Miguel Soares, coabitam com a coleção permanente do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, expondo-se nos espaços vazios entre as obras. É este espaço de coexistência e alteridade que interessa explorar e experienciar, em que o limite entre entidades ou áreas não é uma fronteira que separa em definitivo, mas uma linha permeável. ENTRE parte da noção da cultura tradicional japonesa MA – o espaço intermediário, um vazio que existe como possibilidade em potência, em que a consideração do entre-espaço, o insere no campo estético – encontrar o belo no que se mostra ausente ou naquilo que está “entre”.

A Exposição ENTRE de José Miguel Soares é um trabalho sobre a coexistência universal. Neste caso fazendo parte do Projecto PLANTA, insta-nos a questionar sobre a forma como agimos e nos relacionamos com o mundo vegetal. Se por um lado é apreciado pelas suas dádivas de oxigénio, beleza, saúde e sombra, por outro é desprezado, pisado, incendiado e considerado sem dor, nem valor. Liga-se também ao conceito MA presente em diversas manifestações culturais japonesas. Ma envolve as noções de harmonização entre espaço e tempo, intervalo, imaterialidade ou vazio espacial, potenciando momentos de quietude benfazeja. De modo não literal ou, ao invés, fazendo apelo à literalidade, este trabalho faz-nos pensar na inteligência distributiva das plantas, nas suas redes e raízes, mas também na sua orfandade, no natural e no artificial. As plantas em água, terra e tempo, interligam-se. São ou podem ser interpretadas, são ou podem ser um espelho nosso e nós um espelho delas, como vemos nestas imagens. Não fogem interligam-se, cooperam. Estas séries de fotografias de José Miguel Soares à luz e à sombra de plantas estão ENTRE várias peças do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo numa simbiose pensada, reveladora e instalada na terra fértil que é um Museu.
Sandra Leandro
Directora do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo

Posteriormente a exposição estende-se a vários lugares num ato performativo de interação com o público. São criados um conjunto de postais fotográficos, a partir da resposta a uma convocatória, que são enviados por correio e expostos pelos destinatários nos seus espaços privados.

Criação Ana Luena & José Miguel Soares; Fotografia José Miguel Soares; Modelos fotográficos: Ana Luena, Gio Lourenço, Helena Baronet, Márcio Pereira, Nuno Nolasco, Rafael Ferreira; Assistência de produção Beatriz Ourique, Design gráfico Joana Areal; Parceiro institucional Direção-Geral do Património Cultural – Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo; Coprodução Município de Évora; Teatro Municipal de Bragança, Teatro Municipal de Vila Real; Apoio Junta de Freguesia dos Canaviais, União de Freguesias Bacelo e Senhora da Saúde; Mecenato Gama Uno; Cofinanciado por Alentejo 2020, Portugal 2020, Fundo Social Europeu, União Europeia, IEFP, Compete; Protocolos Universidade de Évora, Associação Académica da Universidade de Évora, Sindicato Democrático dos Professores do Sul, Associação Comercial do Distrito de Évora, Associação de Solidariedade Social dos Professores; Produção Malvada Associação Artística
Planta tem o Apoio da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes 

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